A ansiedade de separação é um problema comportamental que afeta muitos cães. Ela acontece quando o animal fica excessivamente estressado e inseguro ao se ver sozinho, mesmo por curtos períodos. O resultado pode ser destrutividade, latidos, choros, automutilação e até problemas digestivos.
Se o seu cachorro sofre com isso, saiba que é possível ajudar com técnicas de adaptação, paciência e carinho. Neste artigo, você vai entender o que é a ansiedade de separação, como identificar os sinais e o que fazer para reduzir esse sofrimento.
O que é ansiedade de separação?
É um distúrbio emocional que ocorre quando o cachorro não consegue lidar com a ausência do tutor. Ele sente medo, insegurança e até pânico ao perceber que vai ficar sozinho.
Isso pode ocorrer com:
Cães muito apegados
Animais adotados recentemente
Cães que passaram por mudanças na rotina (ex: mudança de casa, fim de férias, novo pet ou bebê em casa)
Animais que viviam em companhia constante e, de repente, ficam sozinhos
Principais sinais de ansiedade de separação
Fique atento se o seu cão apresenta um ou mais destes comportamentos apenas quando está sozinho ou percebe que você vai sair:
Latidos, choros ou uivos excessivos
Tentativas de escapar (abrir portas, arranhar janelas)
Destruição de objetos ou móveis
Fazer xixi ou cocô em locais inapropriados (mesmo sendo treinado)
Baba excessiva ou vômito
Falta de apetite quando está sozinho
Seguir o tutor pela casa e demonstrar agitação ao perceber sinais de saída
Se esses sintomas ocorrem somente na sua ausência, é bem provável que se trate de ansiedade de separação.
1. Evite despedidas e reencontros exagerados
Por mais que você ame seu cachorro, demonstrar excesso de emoção ao sair ou chegar em casa reforça a ideia de que “ficar sozinho é ruim”.
Como fazer:
Ao sair: aja com naturalidade. Não se despeça, apenas saia.
Ao chegar: espere ele se acalmar antes de dar atenção.
Quando ele estiver calmo, aí sim, ofereça carinho e interação.
Com o tempo, isso ajuda a mostrar que sua saída é algo normal, não um evento traumático.
2. Crie uma rotina previsível
Cães gostam de rotina. Ter horários fixos para alimentação, passeios, brincadeiras e descanso ajuda a reduzir a ansiedade.
Rotina gera segurança.
Mesmo que você passe longos períodos fora, tente manter uma agenda consistente sempre que possível.
3. Torne os momentos de solidão mais positivos
Associe sua ausência a coisas boas:
Deixe brinquedos recheáveis com petiscos (ex: Kong congelado)
Espalhe petiscos pela casa para ele procurar
Deixe a TV ligada em volume baixo ou músicas calmas
Use difusores de feromônio (vendidos em pet shops), que ajudam a relaxar
Esses estímulos reduzem o foco da ausência e ocupam a mente do pet.
4. Ensine o cachorro a ficar sozinho aos poucos
Treine a independência de forma gradual. Comece com saídas curtas e vá aumentando o tempo aos poucos.
Exemplo:
Fique em outro cômodo com a porta fechada por 5 minutos
Volte e aja normalmente
Depois, saia de casa por 10 minutos
Aumente progressivamente para 30, 60 minutos, etc.
Essas ausências curtas mostram ao cachorro que você sempre volta.
5. Ofereça um cantinho seguro e confortável
Monte um espaço tranquilo, com a caminha, brinquedos e mantinha favorita do pet.
Evite deixá-lo em locais barulhentos ou com muita movimentação externa. O ambiente deve transmitir segurança.
6. Evite punições
Nunca brigue com o cachorro por destruir algo ou fazer bagunça enquanto você estava fora. Isso não resolve o problema e ainda pode aumentar o medo e a insegurança.
Lembre-se: ele não faz isso por mal, e sim por desespero.
7. Avalie a ajuda de um adestrador comportamental
Se a ansiedade estiver intensa e os progressos forem lentos, procure ajuda profissional.
Um adestrador positivo ou especialista em comportamento canino pode montar um plano personalizado para reeducação emocional do seu cão.
8. Em casos mais graves, considere apoio veterinário
Alguns cães precisam de acompanhamento veterinário e até o uso de florais, suplementos naturais ou medicação controlada, especialmente nos casos mais severos.
Nunca medique seu cachorro por conta própria — somente o veterinário pode indicar a melhor abordagem.
Dicas extras
Evite sair e voltar várias vezes ao longo do dia sem planejamento. Isso confunde o cão.
Evite prender o cão como punição — a intenção é ensiná-lo a ficar bem sozinho, e não castigar.
Reforce a autonomia dele mesmo quando você está em casa: não estimule dependência extrema (como atenção o tempo todo).
Ansiedade pode ser tratada com empatia e constância
A ansiedade de separação é difícil para o cachorro — e para o tutor também. Mas com paciência, rotina e muito amor, é totalmente possível reverter esse quadro.
Lembre-se de que seu cão não está sendo desobediente, ele está sofrendo. E você, com as ferramentas certas, pode ajudá-lo a enfrentar isso e voltar a ter momentos tranquilos — mesmo quando não estiver por perto.